Não monogamia — mais do que relacionamentos, uma forma de existir
Para além da norma: uma conversa sobre liberdade e cuidado
Opa, amor(a)!
Sabe aquele papo que começa assim: “Ah, eu não nasci pra monogamia...”? Pois é. Esse tema tem atravessado meus dias, minhas conversas e meus afetos. E olha... entender não monogamia não é só sobre ter mais de um crush (expressão brega ne?KKK) ou se livrar do ciúme — é sobre refletir as estruturas que moldam a forma como a gente ama, vive e se relaciona.
Então te convido pra essa conversa aberta, gostosa e sem academicismos chatos. Bora?
Antes de tudo: o que você precisa saber sobre não monogamia
Quando a gente ouve falar de não monogamia, muita gente ainda associa com “pegação desenfreada”, “falta de compromisso” ou “medo de se apegar”. E deixa eu te contar, não é sobre isso.
A não monogamia ética é, antes de tudo, uma proposta de vida baseada na autonomia, na sinceridade, na liberdade relacional e no cuidado com as pessoas envolvidas. É entender que amor não é um recurso escasso e que vínculos podem se construir de muitas formas, fora do script padrão que nos foi ensinado.
Conceitos básicos: O que é não monogamia ética?
A não monogamia ética é uma forma de se relacionar que propõe vínculos afetivos e/ou sexuais múltiplos, baseados em consentimento, comunicação e autonomia. Diferente da monogamia tradicional, que privilegia a exclusividade, a não monogamia ética valoriza a liberdade de cada indivíduo em construir relações genuínas e respeitosas com mais de uma pessoa.
Segundo Geni Núñez, a monogamia não é uma norma universal, mas sim uma imposição colonial que desconsidera as diversas formas de amar presentes em culturas originárias. Ela destaca que a monogamia foi utilizada como ferramenta de controle social e apagamento de práticas afetivas plurais:
“A monogamia é resultado da imposição cultural colonial, a ela inerente e funcional.” CartaCapital
Em Descolonizando Afetos, Geni propõe uma reflexão sobre como a não monogamia pode ser uma prática de resistência às estruturas coloniais e patriarcais que moldam nossas relações afetivas. Ela nos convida a considerar formas de amar que sejam mais autênticas e libertadoras, respeitando a diversidade e a autonomia de cada indivíduo.
Por que é mais do que só relacionamento?
Porque a não monogamia não questiona só quantas pessoas você se relaciona, mas também COMO você se relaciona.
Questiona hierarquias afetivas (por que priorizamos o amor romântico e negligenciamos amizades, famílias escolhidas e comunidade?)
Questiona o controle, a posse e o medo como base dos vínculos
Abre espaço para relações mais conscientes, honestas e plurais
É sobre autonomia, mas também sobre cuidado. É sobre liberdade, mas não aquela liberdade egoísta — é liberdade comprometida, coletiva e responsável.
Não monogamia não é:
Uma solução mágica pros seus problemas de relacionamento
Uma desculpa pra ser babaca afetivamente
Uma fórmula única (cada relação constrói seus próprios acordos)
Quer se aprofundar? Anota essas referências:
“Amor Livre, Sim!” (Coletânea, Editora Monstro dos Mares) – gratuito, online
“Desfazendo Gênero” – Bruna de Lara (disponível no YouTube)
“Sobre amor e anarquia relacional” – Texto de Tassio Santos no Medium (@pretopoliamor)
“O que é Não Monogamia?” – Canal do YouTube Não Mono em Foco
E aí, amor(a), fez sentido pra você?
Talvez você esteja repensando seus próprios vínculos, ou talvez isso tudo seja muito novo. Tá tudo certo. Nenhuma escolha afetiva deveria ser uma prisão — seja ela monogâmica, não monogâmica, ou qualquer outra que faça sentido pra você.Me conta:
Você já conhecia a não monogamia? Que reflexões esse papo te trouxe? Responde esse e-mail, quero muito te ler e, quem sabe, trazer sua pergunta ou reflexão pras próximas edições.Se essa conversa te tocou, compartilha essa news com quem você ama. Espalhar informação também é espalhar cuidado.
Nos vemos na próxima!
Por amor(a), sempre.